quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Assim...



Eu corria, corria de medo.
Algo me perseguia e eu não saiba o que era.
Só sei que eu tinha medo.
Eu tinha muito medo.
Não tinha noção do que poderia vir.
Corria com medo, tentando me afastas ao máximo daquilo que me perseguia e eu não sabia o que era.
Cheguei a um lugar, a um prédio. Atravessei suas paredes grossas. Senti-me numa fortaleza. Várias pessoas, elas sorriram para mim, me abraçaram e me beijaram. Disseram que eu era bem vinda. Que ali era meu lugar. Olhei para minha mão e sobre ela, havia outra que apertava a minha.
Segurando forte, disse que nunca iria solta-la. Quer seguraria minha mão para sempre. E eu acreditei. Acreditei em todos. Acreditei que ali era realmente o meu lugar.
Me sentia mais leve, não sentia mais medo. Resolvi aproveitar a vida, dançar, acreditando que estaria segura, que aquilo que estava lá fora nunca me encontraria ali.
Me distraí, me despreocupei.
Tropecei, caí, me machuquei. Minhas pernas sangravam. De cabeça baixa, eu chorava, porque a dor era muito grande.
Ao levantar meu rosto, e olhar ao redor, vi que não havia ninguém. O salão estava vazio. Olhei para minha mão e nela não havia outra segurando.
Chorei, não me sentia mais tão segura.
Aquele medo que eu sentia daquilo que me perseguia voltou.
Foi quando olhei para trás e lá estava aquele ser, que eu não sabia o que era, e ainda não sei.
Ele me abraçou, e nesse abraço, levou minha alma.
Estou morta, em um corpo que ainda caminha entre os vivos e também entre alguns mortos que não sabem que suas almas não mais habitam seus corpos.