quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mais do Mesmo


Quantas solidões podem caber num mesmo espaço, de tempo ou de qualquer coisa mais. Os dois pesos e as duas medidas usadas anteriormente já não se aplicam agora e tudo mais pode se perder num simples sopro. Nossas carências se combinam, se encaixam, assim como seu sexo no meu. Mas assim como no sexo, que se finda no segundo mínimo que é o goso, nossas afinidades passam a ser diferenças e passamos a preferir nossas solidões solitárias à nossas solidões compartilhadas. Nos voltamos para nós mesmo, e começamos a sentir o que chamamos de amor próprio, e eu prefiro chamar de auto-piedade. Fujimos de tudo e de todos a procurar quem nos tire dessa solidão.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Imagem em ação


Se no mundo há prazer, ele é carnal.
Se não há, estou no caminho certo.
Sozinha, vejo aqueles que acenam e sorriem.
Eles querem realmente me fazer feliz?
Será que eles somente querem que eu os faça felizes?

Não.
Não fui feita pra cuidar de ninguém.
Me fizeram, devem cuidar de mim.
Pelo menos é essa a conclusão que chego quando me mostro tão forte, tão decidida e nada satisfeita.
Quero me deixar levar pelo meu corpo, que este seja o guia de minhas emoções.
No espelho meus olhos inchados revelam minha complexa condição de incomplitude.
Tenho razões que nem eu mesmo explico. Crio fantasias que se tornam reais para mim, servem de referências e que posteriormente, nem mesmo eu saberei dizer o quanto daquela situação foi invensão.
Meu quase primeiro beijo: Ele vinha mesmo pra me beijar quando a outra atrapalhou? Eu acho que sim, mas por vezes me pergunto.
E Ele? Será que ele vai passar uma noite na minha casa porque veio me deixar de taxi e não tinha mais dinheiro pra voltar para sua casa, só daí ficamos, mas não rolou nada mais que beijo na boca?
Essa história é intereçante!
É o primeiro beijo dos meus sonhos, atualmente. Eu já tive um primeiro beijo dos meus sonhos, com alguém que por tempos me fez feliz. Mas meu sonho mudou.
- Pra qual time tu torçes?
- Acreditas em Deus?
- Qual teu maior sonho?
- E o menor?
Isso são perguntas que se faça?
Sim.
E elas são feitas de forma a não poder se esconder a verdade.
Assim como eu digo: CALOMBO CALOMBO CALOMBO, QUEM DESCOBRIU O BRASIL? O que você vai responder?
E as perguntas continuam e você continua a ser enganado.
São pegadinhas que sua mente cria e você cai, como um patinho. Ela cria armadilhas, assim como pode criar escapatórias.
A vida com criatividade é bem mais divertida.
É só se deixar levar. Apagar a tênue linha que existe entre suas ilusões e o que os homens chamam de realidades. Confundir sua cabeça assim como ela as vezes te confunde.
Os homens infelizes, aqueles que não tem imaginação, vão afirmar que existe o real e o imaginário. Vão te chamar de louco, mas vale a pena.
Garanto, você pode ser o que quiser.
Não são eles que vão delimitar. Só se você deixar.
Eles são tristes, insatisfeitos. Acham sempre que a felicidade está além do alcance, quando ela pode estar ao lado de quem teima em procura-la lá longe.
Eles vão continuar pra sempre tristes, enfeiando o seu mundo o mundo de quem convive com eles.

LIVREM-SE DE PESSOAS SEM IMAGINAÇÃO.
AFASTEM-SE DELES, POIS ESSA DOENÇA É CONTAGIOSA.

A minha também é.
Para aqueles que ainda não tomaram a vacina contra a felicidade.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Bastidores


(Chico Buarque)





Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim
E me tranquei no camarim
Tomei o calmante, o excitante
E um bocado de gim

Amaldiçoei
O dia em que te conheci
Com muitos brilhos me vesti
Depois me pintei, me pintei
Me pintei, me pintei

Cantei, cantei
Como é cruel cantar assim
E num instante de ilusão
Te vi pelo salão
A caçoar de mim

Não me troquei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que tu nunca mais vais voltar
Vais voltar, vais voltar

Cantei, cantei
Nem sei como eu cantava assim
Só sei que todo o cabaré
Me aplaudiu de pé
Quando cheguei ao fim

Mas não bisei
Voltei correndo ao nosso lar
Voltei pra me certificar
Que nunca mais vais voltar

Cantei, cantei
Jamais cantei tão lindo assim
E os homens lá pedindo bis
Bêbados e febris
A se rasgar por mim

Chorei, chorei
Até ficar com dó de mim