sábado, 30 de maio de 2009

Mais um fim...


Vai embora, me deixa aqui quieta. Fecha a porta ao sair, e joga a chave por debaixo. Só quero ser livre para chorar, só quero um espaço onde eu possa gritar sem incomodar ninguém.
Nunca incomodei ninguém.
Sou uma mancha, uma página no passado de tantas e tantas pessoas, em alguns, sou só uma linha, noutros, um nome numa lista, na maioria, não sou nada.
Com você não vai ser diferente.
Mínima, insignificante, reles.
Minha importância se resume a importância de um pé de meia. Pode ser facilmente solucionado.

Vai embora, engole o choro, tranca essa porta que eu vou ficar aqui, dormindo. Se quiser, pode levar a chave, ninguém vai precisar dela mais tarde, mesmo.
Deixa eu aqui, reles, insignificante, sangrando, morta.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Estranho Sonho



Sonhei com um lugar... Pense num lugar estranho!
Lá as pessoas acreditavam em um negócio chamado amor.
Lá, quando alguém escolhia um parceiro, queriam viver com essa pessoa pelo resto da vida, e elas diziam que queriam somente aquela pessoa, como se todas as outras fossem cinzas, e só a escolhida, colorida.
Eles não queriam brincavam, nas festas, de quem beija mais gente, mas ficavam dançando com a pessoa amada a noite inteira.
Já imaginou isso? A mesma pessoa a noite inteira!
Eles falavam de uma coisa que não consegui entender direito, uma tal de fidelidade, sabe, coisa muito estranha...
E ainda tem mais... Um tal de respeito dominava o local, tipo assim, se você queria uma coisa, ou alguém, mas isso ia contra o que outra pessoa tinha “direito”, você deveria desistir, sabe... Uma história de que todas as pessoas eram iguais; muito estranho!
Nesse mundo, aliás, as pessoas não transavam com todo mundo. Lá eles diziam que deveríamos nos “entregar” somente para uma pessoa, e que para isso, deveria ter um tal de casamento, um ritual lá, com festa e tal; eu não tava entendendo nada, mas então alguém me disse que era porque ali estava se formando uma família, que é formado por um homem e uma mulher, daí eles tem os filhos, e os dois vão criar as crianças, amá-las protegê-las, daí, quando as crianças crescem, se apaixonam e se casam com outras pessoas, e geralmente seus pais (que é como chamam os que os criam) estão velhinhos, em vez de ir pra um lugar cheio de velhos, que já não servem pra nada, pra morrerem sem atrapalhar ninguém, convivem com a família.
Nossa, pode uma coisa dessas?! Pensar em pessoas de gerações diferentes convivendo parece algo muito chato, e sabe o que é pior? Eles ouvem o que os velhos falam, com atenção, como se fosse algo interessante!
Nossa! Esse sonho foi mesmo muito estranho.
Imaginem só: AMOR, FIDELIDADE, RESPEITO, CASAMENTO, FAMÍLIA, FILHOS, PAIS...
Ainda bem que vivemos num mundo em que nada disso existe.