sábado, 30 de janeiro de 2010

Sábado


Estou aqui de novo e mais uma vez gritando para que alguém me tire desde buraco que eu mesma cavei e acabei ficando presa. Sou assim tão complicada? Ou será que sou tão simples, mas tão simples que as pessoas não entendem por acharem que sou obvia demais? Aquele frio no estômago de antes agora é um poço sem fundo, a dor chega a ser lancinante. Nunca passei fome, mas gostaria. Gostaria de enteder tudo a minha volta e passar a dar mais valor a tudo que eu tenho. Gostaria de aprender a viver com menos. Todos podem. Não preciso de tanta coisa que almejo que quando percebo, não sobra espaço, na minha ambição, para as coisas realmente importantes. DEUS, ME DÊ UM POUCO MAIS DE HUMANIDADE. QUERO DEIXAR DE SER ESSE ANDRÓIDE COMPETITIVO E SEM ALMA QUE O SISTEMA FORJOU. Ele me escuta? Será que ele está lá em cima, no céu, no espaço, ou será que ele é a minha consciencia? Será que eu sou um universo e o céu em que ele se encontra é a minha mente? Ele fala comigo, mas por vezes não entendo. Gostaria de ter o dom da palavra, ser mais ousada, mais corajosa, me desapegar de costumes e tradições que sempre me foram passadas como verdade mas que hoje se revelam simples ferramentas de manipulação, um jogo de tabuleiro tentando ver quem chega primeiro. Sou ser humano, dotado de consciencia, alma, sentimentos? Ou serei apenas um brinquedo, um bonequinho de voodoo que alguém pode controlar. Como disse Fernanda Takai, Eu quis ser eu mesmo/Eu quis ser alguém/Mas sou como os outros/Que não são ninguém. Então, se sou igual, por que tanta complicação? Por que me sinto assim, tão deslocada e quando tento me encaixar sinto que estou deixando de ser eu? Mais do mesmo, mais do mesmo... sou simplesmente isso, mais do mesmo e fico sem saber pra onde vou. Se devo serguir na mesma direção ou se corro pelo lado contrário. Tanta ladainha e nenhuma atitude. Continuo no meu emprego, fazendo o que meus chefes me mandam. Continuo tentando manter um relacionamento, talvez mais por medo da solidão do que por amor, não sei, continuo negando um prato de comida para um necessitado e pagando cerveja para amigos que na semana seguinte poderão me retribuir.
(...)
Esse texto foi mais um texto vazio de tantos e tantos que escrevo, pois ele é apenas uma valvula de escape, como todo este blog, apenas para eu não explodir. É uma subida à superficie para respirar antes de voltar para o fundo.
Até quando voltarei para o fundo?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Nem todos os contos são de fadas


TUM TUM TUM

Luka abriu os olhos.

TUM TUM TUM

Aos poucos foi percebendo que o som vinha da porta.

TUM TUM TUM

Alguém batia desesperadamente na porta. Pegou o celular e viu que ainda eram 4h da manhã. “Quem estaria ali?”

Levantou ainda com sono, se embrulhou com o lençol, foi, bocejando, até a porta, olhou pelo olho mágico.

O susto que levou fez cair seu lençol. Como Mara poderia estar lá? Deveria estar a milhares de quilômetros dali. O que a fez bater, assim tão desesperadamente, sua porta às 4h da manhã?

Abriu a porta com cuidado e Mara entrou apressada. Sentou-se. A perna nervosa entrou em ação.

Mara balançava aquela perna e Luka não conseguia parar de olhar. Mara finalmente disse:

- Não podia ir assim, não podia mesmo. Tinha que esclarecer a situação.

- Você tinha que estar no avião agora... Não tem nenhuma situação que deve ser esclarecida.

- Isso está errado, não devia ser assim.

- O que você quer que eu faça? As coisas aconteceram assim! Tudo isso é fruto do que a gente escolheu.

- Não, não, não. Eu não tive escolha. Tive que aceitar as coisas como caíram no meu colo.

- Claro que não – Luka já tinha um tom de voz alterado – No mínimo você podia se rebelar e dizer que não era isso que você queria. Mas não. Você escolheu aceitar.

- Se eu fizesse isso eu ficaria sem ter morar.

- Toda escolha tem consequências. Se você se rebelasse, seria expulsa de casa. Escolheu aceitar tudo, então agüenta as consequências.

Mara, se levantou, caminhou até onde Luka sentava, ajoelhou-se e debruçou-se sobre seus joelhos. Luka sentiu seus joelhos molhados, segurou o rosto de Mara, levantou-o docemente e sentiu as lágrimas.

- Mara, não faz isso. Vai embora, vai. Você tem que viajar. Muita coisa te espera lá do outro lado do mundo.

- Mas eu não quero. Eu sei que eu não vou ser feliz.

- Então por que você escolheu ir? – Luka agora aproximava seu rosto ao de Mara. Sentiam agora a respiração uma da outra, estava forte, quente. Luka sentiu o corpo de Mara estremecer e sua pele ficar arrepiada.

- Luka, não me manda embora. Deixa eu ficar aqui, contigo. – Mara aproximou ainda mais sua boca da boca de Luka. Ela esperava uma reação, mas Luka nada.

- Mara – Luka segurou os pulsos de Mara – Eu não consigo simplesmente fingir que você não escolheu ir embora. Você escolheu, e eu to tentando me acostumar com isso. O que você quer que eu faça? Te aceite de volta, assim? E se daqui a pouco tiver outra pressãozinha? Lá vou eu pra merda de novo.

Mara olhava para Luka com os olhos marejados. Ela não sabia o que responder. Sabia que Luka tinha razão. Por que baixaria a guarda de novo? Mara só podia chorar.

- Eu sei que eu fiz merda. Eu sei que eu estraguei tudo. Tava tudo lindo demais pra ser verdade. Mas eu não vou conseguir ir embora e te deixar aqui. Eu te amo.

- Isso é jogo sujo! – Luka levantou-se deixando Mara no chão – Eu já chorei, gritei, joguei coisas na parede, soquei o travesseiro, tudo. Logo agora que eu tava começando a me acostumar com a ideia de não te ter você, você volta falando essas coisas. Isso não é justo. Você não sabe pelo que eu passei nesse apartamento, só, em desempero. E agora você quer voltar assim, do nada.

- Eu já te disse que eu to arrependida! O que mais você quer que eu faça? Implore?

- Não. Eu quero que você vá embora, pegue o avião e siga o caminho que você escolheu. Não adianta. Se eu te aceitasse de volta eu ia viver com medo de que você mudasse de opinião de novo e resolvesse ir embora. Eu já passei por isso uma vez e sinceramente, não quero passar de novo. Vai embora, vai.

- Me dá mais uma chance. – Mara levantou-se, e foi na direção de Luka, tentando abraçá-la. -Dá mais uma chance pra nós. A gente pode ser feliz.

- Não! Eu não quero isso de novo. – Luka desvia do abraço.

- Você não entende o meu lado, né? Você sempre soube quem você é, o que você quer, do que você gosta. Mas comigo não foi assim.

- Ah! Lá vem esse papo de novo!

- Mas é verdade! Você tem noção do que é ter uma ideia formada, saber quem você é e de repente tudo muda e você não sabe mais quem você é?

- Você acha que eu não passei por isso, né? Você acha que eu nunca tive dúvidas na minha cabeça. Sabe qual a diferença entre nós? É que eu aceitei as consequências das minhas escolhas. Eu lutei pelo que eu queria e mesmo com um monte de gente me olhando torto e me ameaçando, eu decidir fazer o que eu tinha vontade. Decidi amar quem eu quisesse e não quem a sociedade disse que era melhor eu amar.

- Mas você é uma pessoa independente! Pode fazer o que quiser da sua vida. Mas eu não. Sou só uma patricinha mimada pelos pais.

- E vai continuar sendo. Você acha que sempre foi assim pra mim? Eu tive que aprender a viver só, eu lutei e não morri por ficar uma semana sem chuveiro quente. Meus pais também me expulsaram de casa. Eu sofri, mas venci e hoje em dia eles aceitam que eu os visite de vez em quando. Mas você não pode fazer isso, você não pode abrir mão do seu conforto, né? Então vai, vai pra Europa, vai, foge e me deixa aqui.

Luka foi em direção à porta, abriu e ficou esperando Mara sair. Mara estava com os olhos cheios de lágrimas. Olhava tristemente para a Luka, que tentava manter a decisão dura e a expressão fria.

- Você pode está cometendo um grande erro. – Disse Mara, se dirigindo também à porta.

- Eu sei. E se eu estiver, vou saber lidar com as consequências. – Luka apontou o caminho da porta. Mara finalmente saiu. Luka respirou fundo e fechou a porta.

Do lado de fora, Mara chorou desesperadamente por uma hora, sentada no chão do corredor, levantou-se, limpou o rosto e foi para o aeroporto, ainda soluçando, angustiada.

Do lado de dentro, Luka foi para a cama, e na tentativa de conseguir dormi, tomou alguns calmante. Mas Luka exagerou, e não voltaria a acordar. Nunca mais.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Apenas para descontrair... HEHEHE




BRINDE DAS MULHERES

"-Um brinde a nós mulheres, portadoras da sedução q nenhum FDP sabe dar valor

-Q os nossos sejam nossos

-Q os delas sejam nossos

(QUE ELAS NUNCA SAIBAM QUE OS DELAS SÃO NOSSOS)

-Q os nossos NUNCA sejam delas, e se forem, que BROCHEM!

-Bebo pq vejo no fundo desse copo a imagem do homem amado, "MORRE AFOGADO FDP DESGRAÇADO!!"

-Deus é 10, Romário é 11, Whiski é 12, Zagallo é 13 e acima de 14 eu to pegando

-Q nossos filhos tenham mães lindas e pais gostosos

-Q nosso marido seja rico, q os nossos amantes sejam gostosos e q eles nunca se encontrem

-Q Deus abençoe os homens bonitos, e os feios se tiver tempo

-Q nossas dores de cotovelo sejam por tombos

-Q nossos pés-na-bunda sirvam pra nos mostrar q estamos sempre na frente

-Q sempre sobre, q nunca nos falte e q a gente dê conta de todos.

Amém!"

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Relatos de uma tarde de segunda feira.

Por Adriana Melo

A cidade está preguiçosa,
O ar está devagar,
O sol está espreguiçando,
Os carros estão dormindo.
Quase que eu fico na rua e não entro no trabalho.
Aqui (no trabalho) as paredes são frias,
A humanização ta dentro do PC,
As pessoas são teimosas,
Teimam em não perder o fiozinho de ser humano que ainda sobra,
Comentando trivialidades da pós-modernidade,
Sem se dar conta do que é.
E o meu coração está vagando,
Minha cabeça rodopiando,
Não consigo, ou não quero trabalhar.
Tem um elevador dentro de mim
Como se eu esperasse o primeiro namoradinho no portão da casa que nunca tive
Como se algo fosse acontecer, sem previsão.