quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Calor...
Tenho derretido, tenho perdido minhas formas pra algo mais liquefeito.
Ainda não sei como volto ao normal, se é que existe essa tal.
Se quero ser como era antes, preciso definir datas, pois já fui muitas ao mesmo tempo.
Mas meu corpo se liquefaz, derrete.
Sinto-me uma vela, e com o calor que gera seu pavio, derrete todo seu corpo.
Ainda sinto minhas pernas, elas me prendem ao chão.
Busco asas, as que eu tenho são de cera, não me permitem chegar tão longe quanto eu almejo.
Sempre busco mais, e tenho percebido não sou mais comum do que imaginava.
Tenho pensado em anéis, em mão juntas, em "para sempre".
Mas algo me puxa para trás. Talvez a realidade, talvez o medo de sair dessa realidade que apesar de cruel, me parece mais segura que meu infinito particular.
Quero me perder em mim e no outro, mas acabo me prendendo a um corpo, que me mantém na superfície.
Até onde vão meus passos?
Continuo a derreter...
Minha cabeça, meus pés, minhas asas.
Em quanto tempo se chega ao sol?
Vamos de noite, para não morrermos queimados.
E mais uma vez derreto, me fundo com outro corpo que sorrindo se oferece para derreter comigo.
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