segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Relações


Sempre que ele procurava por ela, ela não estava. A porta do quarto trancada era a privacidade que ela queria. Ele buscava dar valor pois sabia que o tempo era curto. Outras pessoas atravessavam sua fortaleza, ele olhava de longe, desejando fazer parte daquela vida.
Ele fechava os olhos e, com dor, lembrava do dia em que a perdeu. Ele quebrou as regras e ela se trancou no seu mundo, protegendo-se.
Ele lembrava dela dormindo como um anjo, ele apreciando sua face atravéz do mosqueteiro cor-de-rosa.
A pouca idade dela não era argumento que poderia ser usado. Ela não derrama uma lágrima, e se esforçava para ser merecedora do que queria.
Ele a observava de longe, poucos sabiam o motivo de sua tristeza.
Ela preferia um estranho a ele, como companhia. Mas ele se manteve ali, ao lado da porta dela, com esperança viva e forte.
O tempo passando, ela se tornando uma bela mulher. Ele ficando mais velho, se tornava cada vez mais apagado. Mas ele ainda tinha esperanças.
Chegou o dia em que ela sairia de casa. Fez as malas e sorridente se despediu dos pais. Eles a abençoaram. Ele olhava a cena sentado à mesa da cozinha.
Quando ela caminhou em direção à porta de saída, olhou-o de canto de olho e perguntou se ele poderia ajuda-la com a mala, que estava pesada.
Uma luz tomou conta de seu ser. Ele havia triunfado, e o dia do perdão chegou.
Já no carro, ela o abraçou docemente dizendo que sentiria falta da participação a distancia, que ele tinha em sua vida.
Novamente ele sorriu, beijou sua testa, fechou o porta-malas.
O carro saiu da garagem e seguiu viagem. Ele voltou à porta de casa, e abraçou a mãe, que olhava com lágrimas nos olhos sua outra filha que partia. Ele sorriu abobadamente tendo certeza de quem era amado.

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