quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sentir-se


Quantas vidas cabem em um mês?
Em um dia?
Em um ano?
Sei lá.
Podem caber num minuto, ou na idade do universo.
Mas não importa.
O tempo não importa. Nada importa. Apenas dois. Se agora sou vilão ou se sou somente coadjuvante. Não importa.
Não temos muitas escolhas, mas temos muitas possibilidades.
Cada mente é um universo, cada segundo tem uma infinidade de momentos.
Mais uma vez me pego pensando em “para sempre”.
Não sei se vai chegar logo ou se vai demorar, mas sigo em frente, esperando e fazendo acontecer.
Vejo-me no meio de uma multidão, o barulho é infernal e tudo o que ouço é uma respiração.
Ela está aqui, e me prende, me deixa surda, cega, muda.
Onde me encontro, não sei. Só sinto a respiração que me guia e tenta me tirar do meio da multidão, procurando um lugar em que estaremos a sós, para finalmente podermos nos tocar.
Pele com pele, corpo com corpo, respiração com respiração, vida com vida.
Estamos sós, estamos no nosso mundo. A terra do nunca, a nossa terra do nunca. Ou terra do sempre, se isso soar mais positivo. Estamos lá. Só nós. Somos o nosso mundo. Construímos nossa redoma e nada pode nos atingir.
Já vestimos nossa armadura e já selamos nossos cavalos alados. Agora somos somente nós. Estamos voando em direção a nosso castelo.
Ele cuida de mim enquanto sonho.
Eu cuido dele no meu sonho.
Sinto a vida entrar pelos pulmões e a adrenalina de se jogar sem medo percorre meu sangue.
Estou viva!
Eu posso sentir-te.
E você?
Sente-me?

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