terça-feira, 18 de novembro de 2008
Corrida
Estou correndo há muito tempo. Tanto tempo que nem sei. Quando saí de casa, o sol começava a aparecer no horizonte. Correr é bom. Não sei há quanto tempo corro. Nem fome, nem sede, nem cansaço, nada, apenas corro.
Estou molhada, de suor e da chuva que tomei. É noite alta, não sei que horas, mas já atravessei a acidade depois que o sol se pôs.
As pessoas que passam por mim mais parecem borrões de tinta, não posso defini-las, sequer reconhecê-las.
Quando um carro vai entrando, entro também, como uma sombra, a espreita, invisível. Ele está acordado, sempre está. Subo pela escada, para não parar de correr. Ele atende a porta sem saber ao certo o que acontecia e se espanta ao vislumbrar minha figura. Entrei sem pedir permissão, já era rotina, fui direto ao seu quarto, tirei a roupa e tomei banho.
Nua, voltei ao quarto e deitei ao seu lado. Ele estava coberto até a cintura. Depois de tempos olhando para o teto, ele tenta começar algum diálogo, mas gagueja. Interrompo-o:
- Encontrei. Finalmente encontrei.
Virei-me e o abracei, com isso, encosto levemente meu seio em seu peito, e percebo a reação de seu pau, que discretamente aumenta de volume, por baixo da coberta. Ele põe a mão no meu ombro e dá um beijo na minha testa:
- Quero que sejas muito feliz.
- Tenho sido. Vou tentar não estragar tudo dessa vez.
Adormeci em seu colo. O quarto estava muito frio, o ar condicionado estava no máximo.
- Da ultima vez, você não estragou nada. Só me esqueceu por saber que eu queria isso. – Como resposta, apenas me encolhi em seu colo.
Não sei quanto tempo estive dormindo, mas ainda era escuro quando percebi que ele finalmente dormia depois de três meses de insônia.
Levantei, me vesti e saí. Precisava correr; investir no outro dia.
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