segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
NÚPCIAS
Ela estava linda de véu e branco. Os olhos dele brilhavam como nunca. Sorriso e canções embalavam a noite sublime de total entrega.
Beijos e desejos traziam, da madrugada, toda solenidade que o evento merecia. A beira-mar, numa noite cheia de estrelas, luzes ao longe e silêncio total. A entrega finalmente seria completa e um seria do outro como nunca foram antes. A pureza dela contrastava com a experiência dele, materializados pelas vestes de cada um.
Mais que de repente, o branco ganha uma mancha vermelha que foi se espalhando e tomando toda pureza antes declarada, em um todo de pecado e luxúria. Ele agora se portava como uma criança e chorava com o polegar na sua boca. Ela o segurava firme no colo, como quem segura um bebê para dar-lhe de mamar.
Ele chorando, ela, o confortando, com aquele vestido mesclado de pureza e pecado. A pele havia se rompido. Era somente o que faltava. Todas as outras formas de prazer já eram cotidianas, mas ele não sabia. Ele havia se mantido puro até o último segundo. Ela luxava mantendo o da frente para aquele que seria seu marido.
A noite se acabara assim:
Ela virgem, mas não casta e ele casto, porém, tendo suas próprias mãos lhe tirado a virgindade.
Apenas aparências como termômetro da consciência.
Não foi como havia de ser?
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