terça-feira, 24 de novembro de 2009

Caça

Cheguei correndo ao quintal de casa. A terra do local grudava nos meus pés molhados. Caminhei com cuidado entre os animais. Eles agora estavam parados, observando-me. Cada passo meu eles acompanham com o olhar Eu não podia parar. Eu precisava chegar ao fundo do quintal. Lá no fundo, perto do muro que delimitava o terreno, abaixei-me lentamente para não despertar a fúria de nenhum ser. Com as mãos e as unhas, fui cavando um buraco no chão de terra preta. Meus dedos já estavam sangrando, mas eu não podia parar de cavar. Sob minhas unhas a terra entrava sem pena da minha dor, mas sempre continuava. Os animais estavam, agora, mais curiosos sobre minha atitude.


O buraco ficava cada vez mais fundo, meu braça mal alcançava o fundo, quando finalmente encontrei o que eu procurava. Toquei-a brevemente e ao senti-la, assim, dura, voltei rapidamente para confirmar o que senti. Seu formato achatado e irregular causava na minha espinha um arrepio. Segurei com força para que não escapasse mais da minha mão e a trouxe de encontro aos meus olhos. Quando a vi brilhando, percebi que as perguntas na minha mente só aumentaram invés de diminuírem.

O que será que aquela chave abriria? Por que eu sabia exatamente onde procurar? E principalmente, por que essa vontade tão grande de procura? Novamente o frio na espinha. Olhei ao redor e os animais haviam parado de me olhar para seguirem suas vidas. Coloquei a chave dentro do meu sutiã e sai caminhando calmamente, vagarosamente, voltando para dentro de casa. Ainda tinha muito que descobrir.


Nenhum comentário: